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Presidente da CNTC debate impactos das fusões de grandes grupos econômicos

26 de abril de 2016, 15h20

 

A 5ª mesa do 10º Congresso da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecosul), promovida na quinta-feira (21), intitulada “Os impactos dos grandes grupos econômicos e as mudanças no setor do comércio”, teve como coordenadores a presidente do Sindicato dos Comerciários de Taquara e secretária da Mulher da Fecosul, Silvana Maria da Silva; e o presidente do Sindicato dos Comerciários de São Luiz Gonzaga e secretário de Patrimônio da Fecosul, Américo Fabrício Pereira.

O primeiro palestrante foi o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Levi Fernandes Pinto, que iniciou falando da grande satisfação de ser convidado para participar do congresso. “Esse não é um tema fácil de abordar. Há algumas décadas, a grande maioria dos países, assim como o Brasil, vivencia o fenômeno da globalização, que engloba relações culturais, de trabalho e o capital financeiro. Esse processo das relações sociais tem conferido agilidade e volatilidade ao capital e fortalecido, sobretudo, o poder econômico”, afirmou. Contudo, segundo Levi, a globalização extinguiu diversas garantias, direitos e conquistas dos trabalhadores, as quais foram conquistadas ao longo de anos de luta. “Esse excesso de poder nas mãos do capital está levando à precarização das relações de trabalho e, sobretudo, há um grande enfraquecimento da representatividade dos trabalhadores através das entidades sindicais”, alertou.

Diante desse quadro, o presidente da CNTC defendeu a coalizão dos trabalhadores e de seus sindicatos em nível nacional e internacional. “Tal união dos trabalhadores e dos sindicatos visa fazer valer direitos adquiridos, mas que estão sendo esmagados diante desta nova realidade, e também possibilitar a busca por novos direitos. Tornou-se necessária uma reação dos trabalhadores a qual ocorre lentamente através da reunião dos sindicatos em âmbito nacional e mundial, não mais nos moldes antigos, e também através das, ainda iniciais, negociações coletivas internacionais”.

Levi citou a participação do presidente da Fecosul, Guiomar Vidor, como integrante da diretoria de Negociação Coletiva e Relações do Trabalho da CNTC, que tem o objetivo de promover e dar suporte às negociações coletivas com os grandes grupos econômicos com a atuação específica no comércio. A Confederação já realizou diversas viagens a fim de se reunir com multinacionais, como Carrefour, Wallmart e Zara. Para finalizar, o presidente da CNTC afirmou que é uma honra contar com a Fecosul nas lutas por melhores condições de trabalho aos comerciários.

O segundo palestrante da mesa foi o coordenador de Relações Sindicais do DIEESE, José Silvestre, que iniciou sua fala abordando a importância do comércio na economia do país, respondendo por 12,3% do PIB brasileiro. No Estado, o setor é o terceiro em número de trabalhadores. O especialista tratou dos processos de fusão e aquisição no comércio, que apesar de não serem novidade no país, ganharam um novo impulso alcançando recordes de operações, no período recente. “A partir de 2009, esse intenso movimento de fusões e aquisições no varejo pode ser retratado pelas megaoperações entre Ponto Frio e Pão de Açúcar, Casas Bahia e Pão de Açúcar”.

Sobre as fusões no setor supermercadista, Silvestre aprofundou-se mais por algumas aquisições terem acentuado o grau de concentração do segmento, além de ter aumentado expressivamente a participação de redes estrangeiras no país, como o francês Carrefour e a norte-americana, Wallmart. O coordenador do DIEESE trouxe para a discussão também o e-commerce e as vendas a partir de plataformas digitais, que segundo pesquisa, até 2018, será responsável por 26% das vendas totais do varejo – o dobro do percentual registrado em 2013. Entre os setores com maior participação nas vendas online estão moda e acessórios (18%), e saúde e cuidados com a beleza (16%).

Sobre os impactos das fusões e aquisições para os trabalhadores estão: maior flexibilidade das relações de trabalho; demissões; intensificação do ritmo de trabalho; impactos na negociação coletiva, impactos territoriais e sociais, e insegurança pelas mudanças nas metas empresariais. Os principais desafios enfrentados pelos trabalhadores brasileiros, apontados por Silvestre, estão: baixa remuneração, elevada rotatividade, informalidade, extensas jornadas, concentração de capital, e-commerce, e novas tecnologias. Para finalizar, citou as possibilidades que as fusões podem proporcionar aos comerciários: data-base unificada, construção e estratégia unitária da categoria do comércio, piso unificado nacionalmente, e acordo coletivo nacional com as grandes redes.A discussão teve ampla participação dos delegados, que contribuíram com dúvidas e informações.

Com informações da Fecosul

Fonte:Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0343

 


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