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Crise garante mais poder aos consumidores

09 de maio de 2016, 14h28

 

A crise econômica, que resultou no menor poder de compra do brasileiro, trouxe uma elevação do empoderamento do cliente. De acordo com um levantamento do Ibope, a conscientização do consumidor aumentou a análise das promoções e colocou as marcas em cheque sobre a assertividade das liquidações.

"As compras por impulso, antes o grande atrativo do varejo para promoções, começaram a perder força. Isso marca um novo momento do consumo, em que a análise do consumidor envolve força da marca, necessidade dos produtos e custo benefício", analisou ao DCI o consultor especialista em perfil do consumidor e professor de marketing da Universidade de São Paulo, Celso Otto.

A visão do acadêmico vem em linha com o estudo "A Crise Econômica e a Dinâmica das Compras da Família Brasileira", do Ibope Inteligência. Segundo o levantamento, a crise deixou o consumidor brasileiro mais racional, menos fiel às marcas e oportunista. "O consumidor encontra no próprio consumo sua maneira de protestar contra a crise e reage deixando, por exemplo, de comprar marcas com preços abusivos. Abre-se um espaço para experimentação de novas marcas e criação de novos vínculos", detalhava o estudo divulgado na última semana.

Segundo o levantamento, 61% dos consumidores entrevistados dizem que já alteraram ou planejam alterar o hábito de consumo e planejamento financeiro , entre esses, grande parte afirma que vai reduzir os gastos com lazer (41%), sair menos para comer fora (37%), passar a poupar mais pensando em dificuldades futuras (30%), adiar ou desistir de comprar um carro/moto (27%) e reduzir gastos com cartão de crédito (27%).

Se adaptar é preciso

Com a mudança do comportamento do cliente, é necessário que as marcas redobrem o cuidado ao tratar com o consumidor na crise, devendo se preocupar, tanto no âmbito tático como no estratégico, com a quebra de paradigmas e inovação. "As ações táticas de promoção e descontos são indispensáveis, assim como as promoções de produtos premium, tão raras de acontecer em tempo de vacas gordas, ou ofertas de "mais" produtos pelo mesmo valor" diz o Ibope.

Para Otto, uma estratégia importante para garantir venda é que a marca aponte para o consumidor as vantagens dos produtos. "Produtos que fazem bem à saúde, que possuem embalagens econômicas, ou que possuem um tempo de uso maior que o dos concorrentes são apelos que ainda tem relevância", detalhou.

Outra questão importante, na visão do acadêmico, é ter empatia com o consumidor, e não subestimar o entendimento dele com relação à crise. "Publicidade que apelam para termos como 'Sem Crise' é um exemplo de subestimar o entendimento do cliente sobre o momento do Brasil", afirmou.

Para o Ibope, é fundamental que as marcas reconheçam o poder do consumidor, valorize as escolhas dele, transmita solidez do produto comercializado, além de utilizar um tom de transparência e parceria, não paternalismo. "Algumas marcas mais tradicionais, principalmente as que são voltadas às classes C e D precisam mudar radicalmente a forma como se relaciona com o cliente. A primeira lição é não tentar enganar o consumidor, ou há chances de perder mercado."

Fonte: Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0352


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