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Nas empresas, mais mulheres assumem cargos de chefia

16 de maio de 2016, 14h23

Enquanto o presidente interino, Michel Temer, anuncia seu ministério sem mulheres, a presença feminina na chefia de empresas privadas no Brasil dá sinais de progresso.

O número de mulheres em cargos de presidência de empresas de médio porte no país subiu de 5% em 2015 para 11% no início deste ano, de acordo com levantamento da consultoria Grant Thornton.

Em 2012, essa participação era de 2%. Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton, ressalva que a média brasileira ainda é inferior à de outros países e os números aqui oscilam muito, impedindo a percepção de tendência de alta consolidada.

"Ainda falta cultura que incentive as mulheres. Faltam exemplos, como vemos em multinacionais estrangeiras", afirma Blankenstein.

Entre os nomes femini- nos nas presidências das grandes empresas brasileiras, estão Claudia Sender, da TAM, Ana Marta Horta Veloso, da Light, e Anna Christina Saicali, da B2W.

As empresas brasileiras ainda apresentam uma média geral de 19% de cargos do alto escalão ocupados por mulheres, índice abaixo da média global, de 24%, segundo a Grant Thornton.

Fernando Andraus, diretor da empresa de recrutamento Page Executive, diz ter registrado um aumento de 15% no volume de colocações de mulheres em cargos altos nos últimos dois anos. Mas o perfil das candidatas ainda é majoritariamente voltado às diretorias de recursos humanos e marketing.

"É difícil responder objetivamente por que isso ocorre. Nós não fazemos distinção. Tipicamente, é perto dos 30 ou 40 anos a fase em que se define se a pessoa vai se tornar um diretor mais parrudo ou um presidente", afirma.

É nessa fase da vida também que a mulher costuma ter filhos, prejudicando a capacidade de dedicar noites ou domingos ao trabalho.

"Não digo que os resultados ficam comprometidos. Mas eles não são excedidos. Se há cinco pessoas para uma diretoria, quem é escolhido? Aquele que tem melhor competência e melhor resultado. E esse resultado vem dessa dedicação de horas."

A mudança cultural, na opinião de Andraus, já existe e poderá ficar perceptível nas próximas gerações de diretores e presidentes.

"Hoje você vê mais homens pedindo tempo para dedicar à família. Vejo a mudança na atual geração de gerentes."

AMAMENTAÇÃO

Engenheira de formação, a presidente da Neoenergia, Solange Ribeiro, relata ter tirado uma licença-maternidade de apenas dois meses após o nascimento de sua filha, que tem hoje 13 anos.

"Amamentei até os dez meses. Quando eu tinha que viajar para os Estados Unidos, deixava o leite e voltava no dia seguinte. Tinha esse combinado com a empresa."

Mãe aos 40, ela conta que a carreira já havia avançado quando engravidou. Mas também atribui à compreensão do marido a capacidade de manter a rotina equilibrada para garantir mais tempo com a filha.

Há outras diretoras mulheres na Neoenergia, mas Ribeiro diz que não tem uma política deliberada para isso.

"Acho que é muito melhor quando tem a diversidade porque as capacidades são complementares. Um grupo que tem homens e mulheres está mais apto a funcionar como reflexo da sociedade. Traz equilíbrio de opinião, mas não precisa trazer mulheres na marra", afirma.  

Fonte: Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0357
 

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