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Desafio do comércio de rua é cativar clientes que migraram dos shoppings

23 de maio de 2016, 15h08

 

Apesar do movimento, lojistas do segmento também enfrentam a recessão e tentam fazer de tudo para conquistar de vez os novos clientes, evitando que voltem aos centros de compra

Em busca de preços menores, o consumidor retomou velhos hábitos. Entre eles, a migração de shoppings para lojas de rua, principalmente em vias temáticas, ganha força. Apesar disso, lojistas de tradicionais ruas paulistanas afirmam que a recessão atrapalhou a operação, e brigam para garantir que o cliente ainda volte para o local, quando a época da bonança retornar.

"Com a queda na renda é natural que o consumidor acabe procurando formatos com preços mais em conta, e, em geral, eles entendem o comércio de rua como mais barato", diz a coordenadora acadêmica da Academia de Varejo e diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti. "Se os comerciantes não agirem para conquistar esses clientes, no entanto, quando o cenário se normalizar a tendência é o movimento inverso", complementa.

De acordo com ela, essa propensão se estende também para os varejistas, já que muitos têm deixado de abrir unidades dentro de centros comerciais para abrir na rua.

"Como os custos são menores, acaba sendo uma boa alternativa de expansão", diz Patricia, ressaltando que o formato de loja de rua resiste mais que o dos shoppings.

O economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Vitor França, aponta que há uma mudança na relação das pessoas com a cidade, e que isso também tem favorecido o comércio de rua. "Eu acho que existe um movimento nas grandes metrópoles de retorno para a rua. É uma tendência de comportamento muito positiva e favorece esse tipo de comércio", afirma.

Volume de vendas

Apesar do cenário aparentemente favorável os lojistas desse segmento não estão imunes aos efeitos da crise econômica. Na realidade, muitos têm sentido retração no faturamento e no fluxo de consumidores.

Segundo o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), entidade que representa os comerciantes da região, Nelson Tranquez, no primeiro trimestre deste ano os associados tiveram uma queda média de cerca de 10% no faturamento, na comparação interanual. Em 2015, a diminuição foi ainda maior, de aproximadamente 20%, em comparação com 2014.

A Associação dos Lojistas dos Jardins, que representa as lojas da Rua Oscar Freire, diz ter empatado em faturamento no ano passado, em comparação com o ano anterior. Apesar disso, a presidente da entidade, Ronsagela Lyra, afirma que, com a crise, o número de fechamento de lojas na região está um pouco maior do que o normal da época e que o fluxo também diminuiu.

Para Tranquez, da CDL, os associados devem apresentar um resultado um pouco superior este ano. "As empresas estão se adaptando melhor a essa nova realidade", afirma. Segundo ele, essa adaptação vai desde reduções de custo até o investimento maior em marketing, o uso forte de redes sociais e até do Whatsapp. No Bom Retiro, o aplicativo de mensagem via celular vem sendo usado por muitos lojistas para mandar fotos de produtos novos e na comunicação com os consumidores.

Fisgando o cliente

A loja Olha que Linda Bijoux, com quatro unidades na região é uma das que usam a ferramenta. O dono da empresa, Luigi Nahmiae, afirma que a abordagem torna a venda mais ágil e objetiva. Outra estratégia foi o intenso treinamento dos vendedores. "É fundamental garantir atendimento de qualidade, para que o consumidor que está conhecendo a loja pela primeira vez decida voltar", afirma. A preocupação da empresa, que teve em 2015 retração de 10% nas vendas, parece ser compartilhada por outros empresários desse segmento.

O secretário executivo da Associação dos Lojistas do Brás (Alobrás), Marcos Ricci, diz que as lojas dessa região também estão atentas à infraestrutura dos espaços. "Estamos trabalhando convênios com estacionamentos da região. As lojas estão oferecendo cafezinho, banheiro. Toda a infraestrutura necessária para receber os clientes da melhor forma possível", diz.

Para Patricia, do Ibevar, é justamente essa a fórmula para garantir o fluxo de clientes quando a economia voltar a crescer: tornar o ambiente da loja de rua mais parecido com o visto nos shoppings.

Com isso em mente, outra mudança sinalizada pelas entidades é a maior presença de food trucks nas regiões. O objetivo é criar um ambiente não apenas de compra, mas também de entretenimento e lazer. "É importante estimular essa experiência positiva de estar ao ar livre", diz Rosangela.

Fonte: Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0363


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