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Supermercados ensaiam recuperação

08 de junho de 2016, 08h53

O comando da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), setor com vendas equivalentes a 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), sinalizou ontem para a possibilidade de um início de recuperação de desempenho, com base nos resultados acumulados do primeiro quadrimestre. É a primeira vez que a entidade aponta para uma possível melhora nos números este ano.

De janeiro a abril, os supermercados apuraram leve alta de 0,24% nas vendas reais (índice deflacionado pelo IPCA medido pelo IBGE) - interrompendo sucessivas retrações verificadas desde o ano passado. Ao se considerar as vendas nominais (sem descontar a inflação), a alta foi de 10,22%, segundo levantamento publicado ontem.

"Os números [em valores reais] começam a se estabilizar, após oito meses de queda. Pode ser um indício de fim do ciclo de retração nas vendas verificado no passado. É possível que tenhamos começado a encontrar o caminho do crescimento outra vez", disse ontem Sussumu Honda, presidente do conselho consultivo da entidade.

Honda ressaltou que a Abras deve aguardar os números do acumulado do primeiro semestre para verificar tendência e definir se vai revisar a atual previsão da entidade para 2016, de queda real de 1,8% nas vendas.

Em relatório ontem, Guilherme Assis, analista do Brasil Plural, ressaltou que, apesar da retração anunciada ontem, de 2,5% nas vendas reais do setor em abril - em comparação com a base forte de abril de 2015, quando aconteceu a Páscoa - há sinais que indicam que o processo mais intenso de busca do consumidor por produtos mais baratos pode ter, "finalmente", perdido força e atingido o ponto de inflexão.

Isso "poderia sugerir que o setor está preparado para recuperar a resiliência que tinha antes da atual recessão", escreveu ele.

Os dados coletados pela Abras envolvem números de redes que também operam no atacarejo (atacado que também vende ao consumidor final), o que pode ajudar a puxar para cima essa taxa de crescimento. A Abras não publica dados de rentabilidade do setor, mas como há um aumento do peso do atacarejo nos resultados (e este segmento opera com margens mais baixas), o varejo alimentar pode voltar a crescer no país, mas com níveis de lucratividade mais baixos, dizem os especialistas.

O que pode explicar o fim de um processo mais forte de desaceleração é a percepção de que o setor já teria batido no "fundo do poço", e agora numa base de volume de consumo mais baixa, pode não existir espaço para uma deterioração muito mais acelerada no volume de compras.

Ainda há uma cautela por parte das lideranças da Abras em relação a uma análise mais otimista dos indicadores por conta dos efeitos de uma possível piora nos índices de desemprego no país nos próximos meses.

A venda de alimentos tem relação mais direta com geração de renda do que com aumento de crédito. Dias atrás, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles disse que a taxa de desemprego no país pode atingir 14% no fim do ano se medidas no campo econômico não forem tomadas.

"Ainda precisamos ver se o ritmo de fechamento de vagas vai se estabilizar ou se acelerar no segundo semestre", disse Honda.

A partir de fevereiro do ano passado, indicadores da Abras mostraram que a taxa de crescimento do setor começou a diminuir, gradativamente, mês a mês, até que em julho de 2015, o acumulado do ano ficou negativo (em 0,2%), e a retração foi se acentuando. No acumulado do ano passado, o setor registrou queda real de 1,9% nas vendas, pior desempenho desde 2006.

Fonte: Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0372

 

 

 


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