Por Redação CUT
A falta de diálogo com o governo de Romeu Zema (Novo), que travou as negociações renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) dos trabalhadores e trabalhadores da Cemig com a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Energética em Minas Gerais (Sindieletro-MG), levou a categoria a entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação começou a zero hora desta segunda-feira (29).
A contraproposta apresentada pelo governo foi reprovada por mais de 90% dos trabalhadores e trabalhadoras da Cemig, que também protestam contra a antecipação do processo de privatização da empresa, segundo o Sindieletro-MG.
"A estatal está sendo desmontada pelo governo para ser privatizada e é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais que aponta várias irregularidades cometidas pelos gestores indicados pelo governador", afirma o sindicato em nota enviada à imprensa, na qual também questiona privilégios que seriam "garantidos à alta cúpula" da estatal, como remuneração milionária que engloba salários e rendimento variável e um contrato para fornecimento de refeições para os diretores no valor de R$ 1,2 milhão ao ano. Pelos cálculos do Sindieletro, a refeição diária para cada diretor que usa o restaurante ‘vip’ da Sede da Cemig custa R$ 350,00.
Na nota, o sindicato afirma ainda que apoia a CPI da Cemig e que defende o afastamento do presidente Reynaldo Passanezi Filho até que sejam concluídas as apurações.
De acordo com o site do sindicato, na quarta-feira (24), a categoria encerrou as assembleias realizadas em todo o estado de Minas Gerais para deliberar sobre a segunda proposta de renovação do ACT e decidiu: a resposta é um sonoro NÃO!
O Sindicato diz que a direção da Cemig, na tentativa de intimidar a categoria, afirmou que efetuará cortes de benefícios e divulgou uma tabela na qual condiciona certos prazos e pagamentos à aprovação da proposta já reprovada. Mas, os trabalhadores seguem firmes em defesa do ACT.
Aderiram à paralisação, os trabalhadores da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), da Cemig Distribuição S/A e Cemig Geração e Transmissão S/A.
Pauta de reivindicações dos trabalhadores:
Os trabalhadores da Cemig reivindicam manutenção das conquistas anteriores, recomposição salarial de acordo com a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para o período de 1º de novembro de 2020 a 31 de outubro de 2021, aumento real sobre os salários reajustados pelo INPC, reajuste dos itens econômicos e outros itens. Confira aqui a pauta completa.
O que é Acordo Coletivo de Trabalho
O Acordo Coletivo é um instrumento firmado após negociação entre uma ou mais empresas e a entidade sindical que representa os trabalhadores. Ele estabelece reajuste salárial, benefícios, condições de trabalho e outros itens que valem só para os trabalhadores desta empresa. Na maioria das vezes, esse acordo serve para resolver alguma situação conflitante e, para isso, é realizado a negociação.