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ONU: Mulheres e meninas estão mais vulneráveis ao trabalho escravo

Cenário para elas piorou diante de desafios como a pandemia de covid-19 e mudanças climáticas.
06 de dezembro de 2021, 10h15

Por Redação RBA

São Paulo – Relatores independentes nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU apontaram que mulheres e meninas são mais vulneráveis à escravidão moderna. O cenário para elas piorou nos últimos anos diante de desafios como a pandemia de covid-19mudanças climáticas e conflitos armados. O alerta emitido na última semana aponta para a suscetibilidade de condições degradantes de trabalho análogas ao escravo.

De acordo com os especialistas, liderados por Tomoya Obokata, uma em cada 130 mulheres e meninas no mundo estão sujeitas a situações como casamento infantil forçado, servidão domestica, trabalho forçado e servidão por dívida. “Altos níveis de exploração também prevalecem nas cadeias de abastecimento globais, que muitas vezes dependem e reforçam a exploração do trabalho e aprofundam a desigualdade de gênero”, apontam.

De acordo com o relatório, a questão de gênero é central nos riscos de humanos serem “empurrados” para a escravidão moderna. Entretanto, outras questões também permeiam o cenário, como raça, status social, classe; idade, deficiência, orientação sexual e status de migração, entre outros.

PIOR PARA CRIANÇAS

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 80 milhões de crianças estão submetidas a trabalhos perigosos, o que é classificado, também, como uma forma de escravidão contemporânea. “Essas crianças podem estar trabalhando mais horas ou em piores condições em decorrência da recessão econômica e do fechamento de escolas causados pela pandemia”, afirma a ONU em nota.

AÇÃO CONTRA O TRABALHO ESCRAVO

Diante dos dados, a ONU cobra que os Estados membros atuem para solucionar os problemas. “Estabelecerem vias de migração seguras, junto com um acesso mais fácil ao trabalho decente e mais cooperação com o setor empresarial, organizações da sociedade civil e sindicatos (…) Para eles, a responsabilização dos perpetradores deve ser reforçada e tratada como uma questão prioritária, visto que atualmente a impunidade prevalece em muitos casos”.

Por fim, os especialistas afirmam que “a escravidão, em todas as suas formas, precisa acabar para todos, incluindo mulheres e crianças em contextos de conflito armado. A escravidão é uma vergonha para a humanidade que no século 21 não pode ser tolerada”.


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