Por Redação CUT
Os baixos salários são a principal razão para a maioria dos trabalhadores e trabalhadoras que está pensando em mudar de emprego este ano, de acordo com pesquisa da empresa de recrutamento Robert Half.
A pesquisa mostra que 49% dos trabalhadores com mais de 25 anos de idade pretendem mudar de emprego ou de área - mudança de carreira, em novo segmento ou profissão - este ano.
Com remuneração e inflação registrando recordes que acabam com o poder de compra, a principal motivação para a mudança desejada por 37% dos que querem mudar de empresa e 31% dos que planejam trocar de área, é a busca por melhores salários.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no trimestre encerrado em outubro de 2021, quando a taxa de desemprego recuou para 12,1%, a renda média do trabalho voltou a cair e atingiu o menor nível em quase dez anos no país - R$ 2.449 por mês.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, fechou 2021 em 10,42%. Segundo o IBGE, essa é a maior taxa para um ano desde 2015 (10,71%). Em 2020, o IPCA-15 havia ficado em 4,23%.
Outras razões para mudar de emprego
Os entrevistados também citaram o desejo de inovar ou aprender algo novo (19%), a busca por realização pessoal (17%) e a expectativa de uma melhor qualidade de vida (12%).
Sobre a pesquisa
A 18ª edição do Índice de Confiança Robert Half entrevistou em novembro 1.161 profissionais, entre recrutadores e trabalhadores empregados e desempregados.
A maioria dos entrevistados está pessimista com relação ao futuro do mercado de trabalho. A perspectiva futura, para daqui a seis meses, caiu para 46,9 pontos.
Demissão por vontade própria
Ao analisar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a pesquisa constatou que 51% das demissões ocorridas no terceiro trimestre foram a pedido do trabalhador. Uma das razões pode ser “a insatisfação com o trabalho atual, dado que a pandemia trouxe maior pressão psicológica em relação à relação vida e trabalho”, diz o documento.