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Trabalhadores da enfermagem sofrem com surto de covid e gripe

Volume de trabalho cresceu, equipamentos de proteção estão em falta e mais trabalhadores são afastados, também atingidos pelas doenças
13 de janeiro de 2022, 10h27

Por Redação RBA

São Paulo – Após as festas de final de ano, os casos de covid-19 voltaram a crescer no Brasil. E no mesmo momento em que o país passa pelo surto de gripe influenza. O resultado é a alta procura pelas unidades de saúde. Só em São Paulo, nos primeiros cinco dias do ano, foram realizados 57.351 atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios. E quem mais sofre com isso, junto com a população, são os trabalhadores da enfermagem, linha de frente do atendimento. A reportagem é da jornalista Júlia Pereira, para o Jornal Brasil Atual.

Rodrigo Romão, enfermeiro de uma unidade de pronto atendimento (UPA) de Mogi das Cruzes e diretor do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, comenta que o número de pacientes que procuram a unidade atualmente passa dos 800 por dia. “É uma situação que a gente pensou que estava terminando devido à vacinação, à diminuição de casos, mas aí veio essa variante nova da covid e a H3N2. Isso impactou bastante no setor público as pessoas”, relata. “O surto da gripe aumentou mais que 80% os atendimentos nas unidades de saúde. Isso que estou falando é em várias. Estamos realizando visitas e vendo que o impacto foi grande. Trabalho numa UPA e fazemos 350 a 390 atendimentos por dia. Com esse surto está chegando a 800, até 900 atendimentos por dia.”

Falta proteção

Rodrigo chama a atenção para a maior exposição dos profissionais, que enfrentam o aumento de casos de covid e de gripe com cada vez menos equipamentos de proteção à disposição. “Falta EPI, (máscara) N-95 não estão fornecendo mais. Estamos entrando com pedido no Ministério Público exigindo fornecimento desse EPI. Estão lidando com o surto dessa gripe, como se fosse normal e a gente sabe que não é.  E com a falta de testes não dá pra identificar se tem aumento de covid entre os profissionais. O que está impactando psicologicamente nos locais de trabalho.”

 

São Paulo – Após as festas de final de ano, os casos de covid-19 voltaram a crescer no Brasil. E no mesmo momento em que o país passa pelo surto de gripe influenza. O resultado é a alta procura pelas unidades de saúde. Só em São Paulo, nos primeiros cinco dias do ano, foram realizados 57.351 atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios. E quem mais sofre com isso, junto com a população, são os trabalhadores da enfermagem, linha de frente do atendimento. A reportagem é da jornalista Júlia Pereira, para o Jornal Brasil Atual.

Rodrigo Romão, enfermeiro de uma unidade de pronto atendimento (UPA) de Mogi das Cruzes e diretor do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, comenta que o número de pacientes que procuram a unidade atualmente passa dos 800 por dia. “É uma situação que a gente pensou que estava terminando devido à vacinação, à diminuição de casos, mas aí veio essa variante nova da covid e a H3N2. Isso impactou bastante no setor público as pessoas”, relata. “O surto da gripe aumentou mais que 80% os atendimentos nas unidades de saúde. Isso que estou falando é em várias. Estamos realizando visitas e vendo que o impacto foi grande. Trabalho numa UPA e fazemos 350 a 390 atendimentos por dia. Com esse surto está chegando a 800, até 900 atendimentos por dia.”

FALTA PROTEÇÃO

Rodrigo chama a atenção para a maior exposição dos profissionais, que enfrentam o aumento de casos de covid e de gripe com cada vez menos equipamentos de proteção à disposição. “Falta EPI, (máscara) N-95 não estão fornecendo mais. Estamos entrando com pedido no Ministério Público exigindo fornecimento desse EPI. Estão lidando com o surto dessa gripe, como se fosse normal e a gente sabe que não é.  E com a falta de testes não dá pra identificar se tem aumento de covid entre os profissionais. O que está impactando psicologicamente nos locais de trabalho.”

Brasil é líder em morte de profissionais de enfermagem por covid-19. Categoria cobra providências

A secretária-geral do SindSaúde-SP, Célia Regina Costa, reforça que os trabalhadores da saúde pública estadual já estão há muito tempo sobrecarregados. Ademais, o governo do estado suspendeu os pedidos de férias durante um longo período. “Esse trabalhador e trabalhadora, sem sombra de dúvidas, já estão chegando no limite de sua exaustão. Teve alguns casos de trabalhadores que conseguiram tirar férias, mas tiveram que voltar para cobrir os que estão saindo de licença médica”, relatou.

Diante disso, a população também sofre com as longas filas para o atendimento. O cenário não tem impactado somente a rede pública de saúde, mas também a privada.

PISO E JORNADA

Vice-presidente do sindicato e enfermeiro de um hospital particular da capital paulista, Péricles Cristiano Batista Flores confirma que o número de profissionais afastados por doenças gripais tem crescido nas últimas semanas. E comenta a sobrecarga dos que precisam aumentar a carga horária para dar conta da demanda. “Essa sobrecarga termina influenciando nosso trabalho, na atividade diária dos profissionais da enfermagem, pelo fato de sermos quem está na linha de frente, que faz o acolhimento, a triagem. Sem contar com os afastamentos que estamos tendo dos profissionais.”

O dirigente sindical critica a remuneração não condizente ao volume de trabalho de quem está nessa linha de frente. E fala sobre a luta da categoria pela regulamentação do piso salarial. O chamado PL da Enfermagem, em pauta no Legislativo, além de criar pisos nacionais para os trabalhadores, regulamenta em 30 horas semanais a jornada de enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras.

“A enfermagem brasileira não tem uma jornada de trabalho regulamentada em lei. Estamos brigando pela regulamentação em 30 horas porque entendemos que é o máximo que necessita para oferecer uma assistência de qualidade”, diz Péricles. “E também a questão do piso salarial da enfermagem que está para ser votado, mas sem data definida. Buscamos a valorização e o reconhecimento profissional, mas isso passa por jornada e piso regulamentados. A gente vê que a sociedade aplaude a enfermagem. Mas muito além dos aplausos, buscamos valorização e reconhecimento atrelados a um piso salarial e jornada de trabalho dignos.”


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