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Desemprego, trabalho não remunerado e violência de gênero. Mulheres foram as mais afetadas pela pandemia

08 de março de 2022, 10h23

Por Marcella Victer / Sindicatos Online

Em setembro de 2021, 26% das mulheres e 20% dos homens relataram perda de emprego durante a pandemia. Mais mulheres precisaram abrir mão de um emprego remunerado para cuidar de outras pessoas do que homens. Em todo o mundo, 6% dos alunos abandonaram a escola durante a pandemia, porém, meninas e mulheres tiveram 1,21 vez mais probabilidade de abandonar a escola do que meninos e homens. Estes são dados de pesquisa publicada na revista científica “The Lancet” na última quarta (2).

Em nota técnica publicada na última quinta (3), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) relata que as medidas adotadas para enfrentar a pandemia de Covid-19, como o fechamento de centros educacionais e de cuidados em geral, tiveram um impacto negativo na participação feminina no trabalho.

Além disso, setores de atividade nos quais as medidas de isolamento social tiveram maior impacto (comércio, restaurantes e hotelaria, atividades de lazer, entre outros) tem grande parte de mão de obra feminina.

“As considerações sobre igualdade de gênero devem ser um componente intrínseco do desenho, elaboração, aplicação e análise dos resultados de todos os programas e estratégias, políticas, leis e regulamentos implementados durante a pandemia e na fase de recuperação”, destaca a Nota Técnica da OIT.

“Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”

De acordo com a ONU Mulheres, as mulheres são mais vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas do que os homens, pois constituem a maioria das classes baixas do mundo e são mais dependentes dos recursos naturais que as mudanças climáticas mais ameaçam. Por esta razão, o tema escolhido para o Dia Internacional da Mulher de 2022 é “Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável”.

“Mulheres são agentes de mudança eficazes e poderosos para a mitigação do clima. Elas estão envolvidas em iniciativas de sustentabilidade em todo o mundo, e sua participação e liderança resultam em ações climáticas mais eficazes. Sem igualdade de gênero hoje, um futuro sustentável e um futuro igualitário permanecem fora de nosso alcance”, afirma ONU Mulheres em nota. 

A mulher comerciária 

Apesar de comporem aproximadamente metade dos profissionais do comércio, apenas 16% dos cargos de liderança no setor são ocupados por mulheres. Estes são dados do Instituto Mulheres do Varejo, uma aliança de mulheres, todas atuantes direta ou indiretamente no varejo, com o objetivo de trocar conhecimentos e experiências, construir laços fortes em prol do empoderamento das mulheres no varejo e na economia brasileira. Além de serem atuantes como trabalhadoras da área, globalmente, as mulheres movimentam entre 70% e 80% de todas as compras dos consumidores. 

* Com informações da OIT, Instituto Mulheres do Varejo e G1


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