O mês de março é dedicado à Conscientização e Combate ao Câncer de Colo de Útero. A campanha Março Lilás visa inteirar a sociedade sobre a prevenção e combate ao câncer de colo uterino, que, na maioria das vezes, pode ser evitado.
Para esse tipo de câncer, a principal forma de prevenir é a vacina contra o HPV (disponível para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos), podendo evitar 70% dos cânceres de colo do útero e 90% das verrugas genitais.
Outra maneira de prevenção está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, que ocorre por via sexual, com o uso de preservativos durante a relação sexual. Além disso, o exame preventivo (conhecido como Papanicolau), deve ser feito periodicamente por todas as pessoas com útero após o início da vida sexual. O exame é capaz de detectar alterações pré-cancerígenas precoces. Nesta fase, se tratadas, são curadas na quase totalidade dos casos, não evoluindo para o câncer.
Dados da Fundação do Câncer sobre a população feminina mostram que, no Brasil, 6 em cada 10 mulheres com câncer de colo de útero, causado pelo HPV, esperam mais de 60 dias para conseguir iniciar o tratamento.
O estudo publicado aponta um retrato epidemiológico do câncer de colo de útero no Brasil: está entre os cinco mais comuns na população feminina e é a quarta causa de morte por câncer entre as brasileiras.
No país, a cada 100 mil mulheres, 4,6 morrem anualmente da doença.
Sabe-se que demora de duas a três décadas do processo inicial até o câncer. Por isso, a maior incidência da doença está nas mulheres com mais de 40 anos. Diante dessa realidade, Alfredo Scaff, médico da Fundação do Câncer, indica que um exame preventivo a cada três anos é o ideal para diagnosticar de forma ainda muito precoce.
Uma doença para qual existe vacina e meios de prevenção não podia ter uma taxa de mortalidade tão alta no nosso país, aponta o médico.
O panorama é preocupante e lastimável.
Prevenir e informar são gestos de amor.
Observação: todos os dados encontrados mostram informações sobre a população feminina cis (mulheres que se identificam com o sexo biológico com o qual nasceram). Outros gêneros que abarcam pessoas com útero não foram mencionados no estudo.
Felipe Pacheco/SON com informações da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT) e g1