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Centrais sindicais Força e UGT estudam fusão para superar CUT

19 de maio de 2016, 15h19

 

Duas das três maiores centrais do país, a Força Sindical e a UGT (União Geral dos Trabalhadores), discutem uma fusão para criar uma entidade que supere a CUT (Central Única dos Trabalhadores), ligada ao PT, em número de sindicatos e arrecadação.

As conversas sobre a junção, que não haviam prosperado em outros momentos, ganharam força depois que Michel Temer (PMDB) assumiu a Presidência da República interinamente.

A avaliação dos líderes sindicais é que o peemedebista precisa de uma sustentação sindical capaz de se contrapor às ações da CUT –que congrega 21% dos sindicatos do país e tem organizado mobilizações contra o governo do presidente interino.

Juntas, Força e UGT congregariam 27% dos sindicatos, e sua arrecadação 2015 supera em 50% a da CUT (veja quadro na pág. A19).

A fusão também é tida como instrumento de pressão para que o governo Temer não avance com uma proposta de reforma da Previdência que estabeleça idade mínima ou aumente o tempo de contribuição previdenciária.

Pesa ainda a favor da união o fato de que as centrais têm perfis complementares. A Força tem sua base de sindicatos na indústria; a UGT é formada pelos ligados ao serviço.

“Neste novo momento do país precisamos nos juntar”, disse à Folha Ricardo Patah, presidente da UGT. De acordo com ele, a discussão sobre a fusão com a Força vem sendo bem recebida internamente.

O deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, afirma ver a junção “com bons olhos”, sob a perspectiva de mais poder de atuação e de pressão em prol das demandas trabalhistas.

Na próxima semana, Paulinho e Patah devem se reunir para avançar no acordo. A ideia, contudo, é não fazer nada a toque de caixa. Como as centrais têm estruturas grandes e há o receio de que dirigentes estaduais fiquem melindrados, ficou acertado que Força e UGT darão início a atividades conjuntas para entrar em sintonia.

ATRITOS À VISTA

Embora a fusão seja bem vista pelos dois dirigentes, nos bastidores sindical há a desconfiança de que Paulinho e Patah devem entrar em atrito pelo comando da nova entidade, e que dificilmente o presidente da Força abrirá mão de seu protagonismo.

Nesta semana, o presidente da UGT fez chegar a Temer sua insatisfação com o fato de o presidente da Força se apresentar como o organizador das reuniões dos sindicalistas no Palácio do Planalto.

Fonte:Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0360

 


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