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Supermercados puxam leve alta do varejo em abril

15 de junho de 2016, 15h17

As vendas do comércio varejista em abril tiveram aumento, em volume, de 0,5% na comparação com o mês anterior, na série livre de influências sazonais (como o número de dias úteis), divulgou o IBGE nesta terça-feira (14).

O setor havia registrado uma queda de 0,9% no mês anterior. O resultado de abril, portanto, não reverte a perda passada.

Em relação a abril do ano passado, a perda foi de 6,7%, a pior da série histórica iniciada em 2000. No acumulado em 12 meses, a baixa foi de 6,1%.

Economistas de bancos, consultorias e corretoras consultados pela agência internacional Bloomberg previam um aumento das vendas de 0,4% frente ao mês anterior e queda de 6,6% no acumulado dos últimos 12 meses.

Na passagem de março para abril, o resultado foi influenciado pelo ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumos, que teve alta de 1% no mês, após recuar 1,4% em março.

Segundo Isabella Nunes, gerente da coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, o comportamento da inflação não atrapalhou o resultado das vendas do ramo, que responde por 50% das vendas do varejo.

"Tivemos um cenário de preços que não influenciou. Então, as vendas acabam reagindo por causa das quedas anteriores", disse a gerente.

Também contribuíram para a leve alta o ramo chamado de outros artigos de uso pessoal e doméstico (brinquedos, joias, cama, mesa e banho). O ramo tinha recuado 1,9% em março e subiu 2,8% em abril.

Apesar da alta de maio, o comércio segue afetado pelo menor consumo das famílias. Com a renda real em queda e aumento do desemprego, os consumidores apertam os gastos e evitam assumir financiamentos.

Também pesa o crédito mais restrito. Os juros do cartão, por exemplo, são os mais caros desde outubro de 1995, segundo a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Tanto que de janeiro a maio deste ano, as vendas acumularam baixa de 6,9%.

SETORES

O aumento das vendas do varejo foi concentrado em apenas três setores, o que é um sinal ruim. Além dos supermercados e outros artigos de uso pessoal, a venda de tecidos, vestuários e calçados subiu 3,7% frente ao mês anterior.

As demais cinco atividades acompanhadas pelo IBGE voltaram a registrar baixa nas vendas. É o caso de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,9%) e livros, jornais e papelaria (-3,4%).

Mesmo itens considerados mais essenciais foram mal nas vendas. Por exemplo, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, que registrou uma baixa de 2,9% na comparação ao mês anterior.

O desempenho das vendas do remédio foi afetado pelo reajuste de preços autorizado pelo governo, que passou a vigorar no fim de março. Os remédios foram autorizados a serem reajustados em até 12,50%, acima da inflação.

Os ramos que dependem de crédito também sofrem. Sem confiança para assumir financiamentos, consumidores compraram menos móveis e eletrodomésticos, que teve queda de 1,8% na vendas em abril.

VAREJO AMPLIADO

Na PMC (Pesquisa Mensal do Comércio), o IBGE também pesquisa as vendas do varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e material de construção. São ramos que têm parte das vendas no atacado.

Neste caso, as vendas do varejo ampliado tiveram queda de 1,4% frente a março deste ano e de 9,1% frente ao mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, as vendas em volume encolheram 0,6%.

Fonte:Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio 

de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 0379


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