O Brasil fechou 1.542.371 vagas de trabalho com carteira assinada em 2015, pior resultado para um ano desde o início da série, em 1992. O desempenho no ano passado também mostrou uma forte desaceleração em comparação com 2014, quando foram geradas 421 mil vagas.
Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social nesta quinta-feira (21).
Em 2015, quase todos os meses tiveram corte de vagas, apenas em março o número foi positivo. Em dezembro, foram 596.208 vagas a menos.
O número de empregos cortados é o saldo, ou seja, o total de demissões menos o de contratações no período. No ano passado, foram 17,7 milhões de contratações e 19,2 milhões de demissões, resultando no corte de 1,5 milhão de vagas.
"Nós tivemos um ano difícil em 2015", disse Miguel Rossetto, ministro do Trabalho e da Previdência Social. "Não é correto afirmar que 2015 destruiu as conquistas, mesmo que os números de 2015 sejam negativos."
Governo não definiu meta em 2015
Em 2014, o Brasil registrou a criação de 420.826 vagas de trabalho com carteira assinada. Esse dado considera o valor com ajuste, ou seja, com os dados entregues pelas empresas fora do prazo.
No começo de 2015, a expectativa do governo era que o país continuasse a abrir vagas de trabalho com carteira assinada. Sem traçar uma meta, o então ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou na época: "Em 2015, como os prognósticos da economia são mais positivos que em 2014, acreditamos que vamos continuar gerando empregos."
Desemprego cresceu até novembro
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realiza duas pesquisas de desemprego, mas ainda não divulgou os números para todo o ano de 2015.
Na última Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada, com dados de novembro, o desemprego chegou a 7,5%, abaixo do registrado em outubro (7,9%), mas ainda assim o pior para o mês desde 2008. A PME é baseada nos dados das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Já a última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua mensal registrou desemprego de 9% no trimestre de agosto a outubro do ano passado, o maior desde 2012, quando o IBGE começou a fazer a pesquisa.
Ela também indicou que o número de desempregados no Brasil passou de 6,6 milhões, no trimestre de agosto a outubro de 2014, a 9,1 milhões, no mesmo período de 2015. O aumento foi de 38,3% em um ano, ou 2,5 milhões de pessoas a mais procurando trabalho. A Pnad Contínua usa dados de 211.344 domicílios distribuídos em cerca de 3.500 municípios.
Fonte: UOL