Sob a coordenação das centrais sindicais, mais de 100 mil trabalhadores de todo o Brasil realizaram, nesta quarta-feira, 24, em Brasília, a maior marcha de protesto já vista contra as propostas de reformas para as legislações trabalhista e previdenciária elaboradas pelo governo.
Foi uma manifestação pacífica e organizada, mas forte o suficiente para atrair a atenção de toda a mídia brasileira e boa parte da atenção internacional.
Mais do que lamentar, nós, da Força Sindical, rechaçamos a infiltração de black blocs neste ato grandioso e significativo. Não temos nada a ver com esses baderneiros.
E igualmente atribuímos ao despreparo da Polícia Militar de Brasília grande parte da responsabilidade pelas cenas lamentáveis de depredação do patrimônio público. Em lugar de prender bandidos comuns e qualificados, de máscara ou de colarinho branco, infelizmente essa polícia se especializa em atacar trabalhadores e trabalhadoras.
No balanço desta marcha de protesto que se seguiu ao Dia Nacional de Lutas, em 14 de março, e a greve geral nacional de 28 de abril, o certo é que, mais uma vez, o povo deixou um recado muito claro: que não aceitamos as reformas nos termos apresentados pelo governo.
A solução para a pacificação do povo brasileiro, com a consequente retomada da economia, está, outra vez, com o próprio governo e com o Congresso Nacional. Não há a mínima condição de estas reformas prosseguirem. Têm de ser retiradas e refeitas, repactuadas com toda a sociedade e, especialmente, com o movimento sindical. Não há mais como não ver esta realidade.
O País precisa de uma saída constitucional e pactuada para superar este momento de profunda crise. Saídas combinadas apenas pela elite brasileira, no andar de cima, sem a participação efetiva dos trabalhadores, não funcionam e são inaceitáveis. O diálogo nacional, para ser efetivo, tem de incluir os trabalhadores.
Paulo Pereira da Silva – Paulinho
Fonte:Publicação Eletrônica da Federação dos Empregados no Comércio de Bens e Serviços do Estado da Bahia Nº 532